Parte 2: software livre e ideologia
Era uma vez, existiam poucos redatores para a web, e muitos leitores. É fácil perceber que, ao concentrar a fonte do conteúdo, concentra-se também poder: o poder de publicar, o poder sobre a informação. Mas para publicar algo na web há algum tempo, você tinha que ter um domínio na web, tinha que conhecer HTML ou poder contratar um web designer…
Com o surgimento do CSS e do CMS , como foi mencionado anteriormente, as coisas mudam. Com o conteúdo separado da forma de uma página, a publicação fica muito mais fácil. Passam a existir serviços gratuitos de blogs, onde qualquer um pode publicar o que quiser. Mesmo funcionários de emrpesas de vez em quando publicam informação interna, valendo-se de seu anonimato, e tornando este tipo de notícias muito mais interessante.
Mais interessante ainda é que esse recurso, o CMS, é usualmente feito numa combinação de tecnologias chamada LAMP, isto é, Linux, Apache, MySQL e PHP. Todos gratuitos, todos de código aberto… coincidência? Coincidência que as tecnologias que façam com que as pessoas se expressem sejam, elas mesmas, desligadas (ou mesmo opositoras) de interesses comercias privados?
Com outras tecnologias (o uso extensivo de java, XHTML, CSS, XML, PHP) combinadas, alguns sites começaram a se parecer mais com aplicativos. Aplicativos que rodam na web… Agora você não precisa mais comprar um software caro para digitar o seu texto. Nem para fazer a sua agenda. Isso tudo torna o uso de computadores mais barato, mais acessível, certo? E os arquivos gerados nesses sites tem duas grandes vantagens: são acessíveis de qualquer lugar e são compatilhados com quem eu quiser. Fica mais fácil criar documentos em grupo, ou montar um projeto para uma comissão. Todos podem ter acesso aos documentos, alterá-los, na hora. E vários desses serviços são também gratuitos… Na verdade, estou escrevendo este texto em um deles, o Writely.rnrnOutros sites tiram o máximo partido do CMS e são redigidos, de cabo a rabo, por seu próprio público. በo caso dos Wikis, um tipo de CMS que permite a alteração do conteúdo por virtualmente qualquer um. A wikipedia, uma enciclopédia escrita pelos seus próprios usuários, tem o mesmo nível de confiabilidade que a Encyclopaedia Britannica, seu concorrente comercial, segundo recente artigo publicado pela revista Nature.
Estes sites / aplicativos que compartilham informaçáµes entre seus membros, como o Del.icio.us, Protopage, Backpackit, acabam dando á internet o formato de uma rede social, isto é, uma rede onde usuários realmente se associam para, de alguma forma, trabalhar em grupo, em conjunto, em parceria. Esta é a outra face da Web 2.0: a face social, associativa, comunitária. Se pensarmos, vários aplicativos que usamos hoje são gratuitos, e alguns feitos por comunidades de programadores. É o caso do Firefox, ou do OpenOffice.
Alguns já chegam a dizer que a web 2.0 está morrendo mas, enquanto o Seu Lobo não vem, para mim está tudo bem, e no caminho certo.
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