Em trabalhos acadêmicos sempre surge o momento de redigir para a web, e sempre surgem as questões ligadas à transposição para a web de textos produzidos para outros fins e meios. Sempre tratei este assunto caso a caso, no atendimento aos alunos, mas resolvi sistematizar alguns conceitos e publicar, para referência futura.
Nos trabalhos da faculdade os alunos são levados a fazer uma pesquisa e depois a colocar alguns elementos da pesquisa nos sites produzidos sobre os temas pesquisados. Assim, logo de inicio pode haver, por parte do aluno menos avisado, uma tendência de copiar e colar o trabalho acadêmico no site e pronto, problema resolvido…
É claro que a linguagem acadêmica não é a mesma que se usa para atender a um leitor de um site, pois ela exige uma série de cuidados e formatações que são estritamenta acadêmicas. A atenção, o nível de engajamento destes dois leitores — o acadêmico e o online — são diferentes, e o leitor online não faz necessariamente parte do universo acadêmico, assim, não faz sentido usar uma coisa na outra sem maiores cuidados.
Estou procurando seguir de perto os estudos e projetos de infográficos e tenho encontrado soluções muito bacanas. Uma delas é esta ferramenta para montar uma linha do tempo sem uso de Flash.
Ela tem um slider em cima e o timeline na parte de baixo, os dois interativos.
O terceiro e último exemplo é uma instalação no terminal Grand Central, no qual as pessoas podem escolher o conteúdo a ser mostrado numa projeção interagindo com regiões do piso do terminal. Veja o vídeo.
Começando pelo Prezi. Trata-se de um aplicativo que atua no mesmo nicho do famoso PowerPoint: apresentações. Só que ele funciona online, isto é, você monta a sua apresentação no próprio site. Você pode inserir imagens, referenciar videos do YouTube e, é lógico usar texto. A dinâmica da apresentação é muito legal: você pode fazer o layout praticamente como quiser, estabelecendo as telas e depois você informa qual o caminho quer percorrer. A apresentação pode se dar linearmente ou não-linearmente, o que é uma grande vantagem em relação a muitos aplicativos do mesmo tipo. Senti falta de dois recursos: maior liberdade no uso de fontes (por enquanto você só pode usar três tipos em uma apresentação) e uma forma de incluir links. De toda forma, estou usando o Prezi intensamente, pois a facilidade de uso é enorme. Achei mais fácil que o próprio aplicativo concorrente da Microsoft. Depois de terminada a apresentação, você pode gerar arquivos para coloca-la em seu pen-drive (para apresenta-la offline), apresenta-la no próprio site da Prezi ou ainda inclui-la em seu site da mesma forma que faz com um video no YouTube, ou seja, colando um trecho de código.
O Newsmap faz o que o nome promete: gera um painel de notícias de vários países, e de vários assuntos. É uma espécie de Google Newsmuito melhorado. Seu layout é parecido com o Good Noows. A diferença fundamental é que o Good Noows, tal como o Google Reader se utiliza de feed RSS configuráveis e o Newsmap e o Google News parte de sites de notícias para montar um painel informativo. O bacana é que neste site você pode escolher quais países e quais “cadernos” dos jornais te interessam. Segmentar informação e repassá-la ao usuário não é novidade, mas o jeito como o Newsmap as apresenta ao usuário é que faz a diferença.
Por último vem o Jolicloud, um aplicativo do tipo online OS, como o EyeOs, o GlideOs ou o iCloud. A itnegração com o DropBox é um recurso bem interessante.
O processo de construção de um software pela indústria de software já é bastante documentado: ele percorre etapas pré definidas, conta com equipes que cuidam de diferentes aspectos do software e assim por diante, tudo organizado numa perspectiva racional e previsível. Mas como será que um software open source é construído? Qual dinâmica realmente acontece? Quantas pessoas estão envolvidas? O grupo de pessoas muda conforme o trabalho se desenvolve? Existem momentos de pico? Por que alguns projetos dão certo e outros, talvez a maioria, morrem na praia?
Um ótimo documento, para quem quer estudar o assunto, é o artigo The Cathedral & the Bazaar que compara estas formas de elaboração de software à construção ordenada e planejada de uma catedral e ao aparente caos de um bazar (loja onde produtos se amontoam uns sobre os outros).
Mas para verificar se os modelos conceituais correspondem de fato ao que acontece, Michael Ogawa e o um grupo de colaboradores, produziram um software chamado Code Swarm (enxame de código) que lê o log de um projeto open source e monta uma visualização do processo, deixando vários aspectos do projeto colaborativo à mostra. A observação cuidadosa do processo pode servir para responder a algumas perguntas e melhorar futuros projetos.
O projeto utiliza a linguagem e o ambiente computacional Processing, desenvolvido inicialmente por Ben Fry e Casey Reas. Abaixo você pode ver a dinâmica do desenvolvimento do software Apache, o servidor HTTP mais usado no mundo, feito em código aberto. No site de Michael você pode ver também o desenvolvimento do Eclipse (software de edição de código), PostGre (um gerenciador de banco de dados) e do Python (linguagem de programação).
Se você não acompanhou, veja também o primeiro e o segundo post da série sobre data visualization.
Repare como a aparente desorganização absoluta guarda uma ordem subjacente. Sem o software de Ogawa esta “ordem” provavelmente seria muito mais difícil de ser observada. Bem, pensar em como desvelar uma ordem ou um sentido que dorme por detrás de números e dados sem sentido é a tarefa da área de visualização de dados ou, data visualization.
ps. Se você se aventura um pouco com programação, não dê as costas ao Processing. Baixe o pacote e veja as demonstrações. É uma linguagem que está sendo cada vez aceita no terreno da visualização de dados e que, acreditem ou não, é fácil de lidar. Se você já fez algo em ActionScript por exemplo, vai se dar bem com o Processing…
No primeiro post desta série falei um pouco sobre como é difícil para nós ligar um gráfico (ou seja, uma visualização de dados) a um significado que faça sentido em nossas vidas. David MacCandless é um jornalista apaixonado por descobrir padrões de significado em gráficos aparentemente neutros. É dele o gráfico do post anterior.
Veja como ele faz para interpretar e explicar gráficos complexos e colocá-los em perspectiva, de forma a gerar um conteúdo rico para que entendamos melhor o mundo em que vivemos.
A área de data visualization está crescendo a cada ano e promete ser um campo de concentração de designers e programadores. O motivo é óbvio, pois o problema da disponibilização de dados está resolvido: todos podem publicar dados da forma que quiserem. Os problemas hoje são outros: fazer com que estes dados cheguem a quem os procura (ou seja, classificar e organizar estes dados) e fazer com que eles façam sentido para quem os acessa.
Quando dou alguma aula sobre design de informação meus alunos geralmente tem uma dificuldade enorme de entender que a informação não traz consigo seu sentido. Ou seja,o sentido que vai se forma “lá na frente” depende de um monte de coisas: do contexto em que os dados são apresentados, o repertório informacional prévio de quem o consulta, e, finalmente, a forma como os dados são apresentados. Dependendo do modo como se apresenta uma informação ela pode significar uma coisa ou outra completamente diferente. É aí que o arquiteto de informação tem um papel fundamental. E, dentro desta área, a de visualização de informação.
Veja também os posts partes dois e três sobre data visualization
Vejam aí estes dois exemplos.
Information is beautiful!
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